Juliana Borges

Juliana Borges
por Juliana Borges

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A mulher que está disposta a aprender com a vida, com as pessoas. Quem procura mais do que nunca, sonhar, Ser feliz. Criei este canal para quem assim como eu, está em busca de conhecimento. Não são bem-vindas pessoas que buscam "manchar" a imagem do outro, seja lá quem for. Este canal não nasceu para maledicências.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo Habibas!

Ola meninas!!!
Passei por aqui hoje para desejar a todas vocês um Grandioso e Maravilhoso Ano Novo!

Que Deus ou a Deusa Grande Mãe como creem algumas abençoe a vida de vocês com muito amor e paz!

Que todas nós tenhamos energias renovadas para lutar por nossos objetivos de vida!

Que não desperdicemos nenhum momento que possa nos trazer bons frutos para o futuro, nenhuma oportunidade de felicidade.

Que mesmo com medo, possamos agir e extrair o melhor de cada situação.

Que possamos compreender e aprender todas, absolutamente todas as lições que a vida quiser nos ensinar nesse novo ano. com força, alegria e disposição.

Desejo paz, amor, sorte e muita dança para todas vocês!

Milhões de beijos e um Feliz Ano Novo para todas... rumo a novos desafios!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O Profissional na Dança do Ventre - minha visão


Oi queridas!


Estive pensando um pouco sobre os profissionais da nossa área, e gostaria de compartilhar minha opinião com vocês... o que acham de discutirmos um pouco?

Então segue: Ayunis queridas: O que vocês acham que é ser uma profissional na dança do ventre? Como vocês acham que deve agir? O que fazer e como se portar... Vocês se consideram profissionais? Sim, Não? Por que?

Aguardo respostas... nos comentários, ou de outras formas... enquanto isso, segue abaixo, minhas opiniões sobre nossos profissionais da área!

Segundo o que entendo por experiência no meio da dança:

Ser profissional de dança do ventre é muito mais complexo do que se imagina... o profissional de danças orientais árabes em primeiro lugar precisa amar a dança... e com o mais que possamos falar sobre esse Mundo Belly, o profissional precisa acreditar em sua melhoria, lutando por isso... é agir como ser transformador de tudo o que entende por errado... de tudo o que prejudica a imagem da nossa dança... ser profissional na área não trata apenas de dançar por dançar, mas de compreender todos os seus elementos, como música e cultura e contexto geral da dança.

Na minha singela opinião...

...O profissional da área deve zelar pela ética na dança do ventre... afinal, sem ética, respeito e caráter ninguém sobrevive por muito tempo.

...Toda bailarina ou bailarino, em minha opinião, deve respeitar seus companheiros de profissão, em todos os sentidos, deve respeitar também suas apresentações e sua imagem... Julgar não é justo, afinal, nós podemos cometer erros também. Se houver a necessidade de desferir críticas, que sejam elas construtivas, não o contrário.

...O bailarino profissional deve entender sua condição de eterno aprendiz, respeitando as diferentes formas e manifestações de arte dentro da dança, ou fora dela, respeitando o que as outras pessoas têm a oferecer, deverá entender que todos, independentemente de sexo, cor, raça, classe social, professora que o ensinou ter "renome" ou não e afins... independentemente de tudo isso, outras pessoas terão sempre uma lição a ensinar.


... Toda bailarina profissional deverá cuidar de sua imagem com esmero... afinal, poderá ser ela o exemplo a ser seguido por muitas outras bailarinas. As profissionais da dança do ventre devem dedicar um tempo para o estudo e criação de figurinos para suas performances, fazendo sempre jus à sua imagem e à imagem de sua categoria.

...Toda bailarina profissional deve apreciar e conhecer a música do árabe, na minha opinião não há de forma alguma uma boa bailarina que não goste da música típica... só assim poderá entender o ritmo necessário para o bom desempenho na dança.
eve estudar o contexto histórico da dança, assim dominará os diferentes estilos. Deve também dedicar-se as técnicas da dança do ventre bem como as disciplinas coadjuvantes como balé, jazz, dança indiana e persa.

... Toda boa profissional honra o título que sustenta, com um bom trabalho, com muito estudo... com muito treino, com respeito às outras pessoas, sejam profissionais da área, amadores ou apreciadores...Enfim, a profissional deverá aceitar que para ser profissinal precisará de dedicação à arte.

Muitos beijos meninas e me escrevam tá!?
Beijus!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Downloads

Olá Habibas!!!


Passei rapidamente aqui para deixar alguns links de downloads de álbuns de dança do ventre que considero bons para estudos.

Aí vai:

1. Hakim

2. Yousri e Raqia

3. Drum Circle - (percussão)

Espero que ajude nos estudos de vocês!

Muitos, milhões de beijos!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal Habibas!

Olá meninas!

Gostaria de passar hoje, com a finalidade de desejar a vocês um Feliz Natal!

Em especial a Amar el Binnaz, Luciana Arruda, Luana Mello, Sandra Xavier e Tahya Brasileye, são vocês minhas incentivadoras, em todos os aspectos... algumas de vocês, mesmo que virtualmente, possuem uma forte e positiva influência em minha vida!

Com muito carinho pra minhas pupilas, Charleny, Carol, Aline, Amanda, Andressa, Hildimary, Keity, Regiane, Thaís, Tatiane e Letícia... a dedicação de vocês me traz forças pra continuar sempre...

Com muita saudade de Jessica, Jessica do Amaral, Maria Cristiane, Laís, Amanda "Pink Hair", Tainá... vocês sempre estarão no coração...

Com mais saudades ainda de Helena, minha querida amiga e ex-aluna de dança... que me ensinou e ensina demais! A você também Michele, sempre tão meiga e alegre!

Com muito muito mais saudades ainda da minha amiga Rose Siqueira, que na minha opinião é a irmã que eu não tive...

Um Feliz Natal para todas vocês...

Um grande beijo a todas vocês, amigas especiais... amigas que visitam esse blog!

Muitos milhões de beijos e felicidades!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O Ballet para Bellydancers...

Olá queridas!

Gostaria de compartilhar hoje com vocês sobre um assunto cada vez mais atual em nossa área: A importância nos dias atuais do ballet como uma das bases para a dança do ventre.
O Ballet é tendência mundial na dança do ventre... e como vocês sabem a nossa dança do ventre que, diga-se de passagem, ainda luta para ser reconhecida como uma arte e respeitada como tal, passa ainda por modificações e assimilações de diversas culturas... quer queiram admitir ou não, o que posso notar é que nossa dança sofre sim, muitas dessas influências... quer conferir? Não precisa ir muito longe... pegue um vídeo de uma bailarina de pelo menos uns 10 anos atrás... e pegue um vídeo atual dessa mesma bailarina... Você entenderá a diferença da qual eu estou falando. Se ela se atualizou, você verá a influência do ballet modificar drasticamente a estrutura de sua dança.

Lógico que muito se deverá a carga de estudos que essa bailarina tinha, e muito do que tem hoje... se continuar estudando, vai ser sempre uma bailarina diferente com o passar do tempo... mas quando eu digo notar a diferença, estou falando de notar quantos arabesques você verá dentro de cada apresentação... de quantas pernas estendidas, posturas mais "rígidas", mais elegantes, como poderia assim tentar expressar.

O fato é que a globalização chegou, e até isso refletiu na nossa dança... Hoje temos diversos vídeos de bailarinas mil ao nosso alcance em um click... e você verá que as influências do ballet clássico nas bailarinas de hoje é incontestável!

O fato é que o ballet chegou para "concertar" algumas posturas que executávamos antes... para acertar e tornar mais perfeitas certas linhas da bailarina... para tornar sua dança mais perfeita.

Concordo que não se deve transformar a dança do ventre em ballet... e defendo mantermos certas tradições, para não perdermos a essência... afinal, cada coisa deve mesmo estar em seu devido lugar... Defendo com unhas e dentes a nossa dança do ventre tradicionalíssima. Mas acredito que incorporar posturas agradáveis ao corpo e aos olhos é algo que o ballet proporciona para a nossa dança, e se bem utilizado tornará nossa dança quase que uma "perfeição".

Bom, como acredito que alguns passos, giros, arabesques e outros sejam coisas que "vieram pra ficar", acredito que toda bailarina que pretenda ser boa no que faz procure estudá-los... e quer saber mais? que procure aulas de ballet clássico... Como já me disseram diversas boas professoras: O ballet é mesmo algo imprescindível para qualquer outro tipo de dança... torna-se base sólida para outros estudos.


E para você que se interessou... vou postar aqui o link para download de um DVD sobre Ballet específico para mulheres como nós, bailarinas da dança oriental árabe, ele se chama: "Ballet for Bellydancers with Briana".

E não se esqueçam, pirataria é crime, e esse DVD não deverá ser comercializado.

Bons estudos e muitos beijos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Dançar bem... eis a questão...

Olá habibas!



Hoje estive pensando num assunto que aflige e maior parte das bailarinas que conheço... o quesito dançar bem. Quando me refiro a "dançar bem", me refiro a quando a bailarina realmente fica feliz com sua dança, com sua evolução na arte... e também o quanto sua dança é aprovada e reconhecida pelo mercado, no caso de bailarinas que desejam tornar-se e consolidar-se como profissionais. O que na minha opinião, vai depender de sua disciplina, de estudos consolidados, de muita luta nesse mundo Bellydance nada fácil... enfim, da aceitação de um estilo escolhido, ou mesmo na melhor das hipóteses da criação do seu estilo, o que exige muita coragem, mas que tem resultado certo: sucesso...

Depende também de auto-crítica... pois se você não tem, vai se achar a melhor do mundo quando não estiver dançando nada... e isso só vai te levar pro buraco... Uma boa bailarina precisa saber escutar seu público e receber com sabedoria suas críticas desde que construtivas... aí você me pergunta: E as críticas destrutivas??? ... na minha humilde opinião, aprenda a identificá-las, exercite não escutá-las, ignorá-las e aprenda a nunca fazê-las, destilando apenas veneno em outra pobre criatura... Não dar aos outros aquilo que não se deseja é muito saudável... exercite apenas seu lado bom e ético nesse mercado... ou tudo volta pra você de forma desagradável.

Agora quanto ao quesito dançar bem, mais uma vez na minha opinião, dançar bem depende de uma série de fatores: musicalidade, treino, alongamento, resistência física, ritmo, boa capacidade de observação, interesse, persistência, paciência, disciplina, talento, mas mais que isso... treino, muitíssimo treino. Com exceção do talento, todos os outros itens são possivelmente e humanamente conquistáveis. E talento não é absolutamente nada se não anda em dupla com a disciplina.

Entenda de uma vez por todas que cada corpo tem seu tempo, suas dificuldades a serem vencidas e também suas facilidades. Não desperdice os momentos agradáveis das aulas, com o stress de quem "não consegue", o tempo se encarrega das dificuldades, desde que você se ajude.

E para tudo dar realmente certo, Não se compare, jamais! Cada corpo tem sua forma, suas preferências, seu tempo, sua personalidade. Comparações só desviam sua atenção de sua meta: Aprender a fazer bem feito!

E estudem queridas, que tudo vem, o Universo conspira com certeza.

Muitos Beijos!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Perseguindo Seus Sonhos...

Olá ayunis!!!


Estive pensando hoje sobre um assunto sério e resolvi partilhar com vocês.

Em nossa vida passamos por várias fases, desde nossa concepção, nosso nascimento, crescimento, desenvolvimento, enfim... são várias as épocas que podem passar despercebidas por nós... então nos damos conta apenas quando essa fase chega ao fim...

Acontece que em cada uma dessas fases de nossas vidas estruturamos nossos "sonhos"... Desde muito jovens já somos estimulados pela vida e pela sociedade que nos cerca a respeito de nossos anseios, nossas espectativas em relação ao mundo que vivemos... com esses sentimentos, nascem nossos primeiros sonhos.

Quando me refiro à sonhos, estou falando de nossos desejos mais profundos, em relação a nossa vida, o que esperamos dela, o que realmente queremos... em algumas religiões, esse termo pode ser atribuído a "Nossa Missão nesse Planeta".

O que eu quero dizer é que todos nós temos nossos sonhos... (exceto alguns casos de pessoas que realmente perderam a fé na vida, mas isso é assunto pra outro post, e com certeza ele não terá espaço aqui nesse blog) ... todos temos desejos profundos de ser, fazer ou representar algo na vida por nós mesmos... alguns sonham em ser médicos, outros lutadores de artes marciais, outras como nós, boas bailarinas, ou até mesmo bailarinas completamente felizes por serem boas bailarinas (felicidade completa essa... porque quase nunca estamos felizes com nossa técnica, diga-se de passagem...)

Outros conseguem ir mais além, são lutadores na vida e na arte, seja ela marcial ou não... são bailarinos(as), e ainda perseguem sonhos como o exemplo que citei acima de serem médicos...

E quer saber? Com muita ou pouca luta, com muita ou pouca persistência, com ou sem atropelos se você quiser realizar seus sonhos, cedo ou tarde (porque nem sempre as coisas vem pra nós no tempo e hora que desejamos) seu sonho acontece...

Pode ser um simples ou um mega sonho... acreditando e correndo atrás nada é impossível...

Porque Deus ou Deusa, não importa sua visão sobre as coisas...essa energia superior que nos reje e acompanha nesse Mundo estará sempre lá... pra te consolar nas horas tristes utilizando-se de uma alma iluminada e muitas vezes manifestando-se através de pessoas próximas, ou não... pra te dar aquela força na queda, pra te abrir os caminhos... pra te apontar possibilidades...

Cuide bem de todos os seus sonhos e cultive-os, lute por eles, pra que eles realmente tornem-se reais... porque eu sei que é possível.

Só não deixe que eles "morram" dentro de você, ou que eles caiam no esquecimento até que deixem de existir. Mesmo que lutar por um sonho pareça impossível, é pior ficar parado, inerte... acredito que a inércia faz com que o ser humano perca a razão de existir.

Abaixo, resolvi postar um vídeo que não possui nenhuma conexão com nosso mundo bellydance, trata-se de Darke de Souza, um lutador brasileiro de Muay-Thai, (arte marcial tailandesa) que perseguiu seus sonhos... apesar de tudo parecer IMPOSSÍVEL...


Vou linkar aqui, porque pra variar minha internet está lenta pra carregar e fazer upload do video.
Meninas, aleto que vale a pena assistir... eu amei o vídeo.

E... falando nisso? Quais são seus sonhos??? De todos os muitos que tenho, um deles é me tornar uma boa bailarina.

Beijos queridonas!!! espero seus comentários!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Bailarinas que constroem a História da dança no Brasil

Olá ayunis!!!

Esse mês o tempo anda curto, portanto, andei pouco por aqui... infelizmente... pra não ficar ausente por tanto tempo, resolvi postar aqui um vídeo muito interessante da antiga fase da nossa Bailarina brasileiríssima Soraia Zaied.

Soraia foi Bailarina da Khan el Khalili e atualmente vive no Egito, país em que é classificada como "elite" na dança do ventre... uma das "tops" de lá, se não podemos dizer a número 1 do Egito.

Soraia é uma bailarina ímpar, que passou por diversas metamorfoses ao longo de sua carreira. E mais... simplesmente maravilhosa. Amar el Binnaz escreveu sobre suas fases... então resolvi linkar aqui, caso vocês não tenham visto.

Este vídeo é bem antigo, e marca a imagem de uma tragetória ainda no que poderíamos chamar de "começo"... Hoje Soraia está bem diferente, tanto fisicamente quanto em sua dança.

Gostaria que dessem uma olhada... a apresentação é sublime, como não consegui postar o vídeo (consequencias de uma internet lentíssima... o link estará aqui). Aproveitem e assistam outros vídeos de Soraia... será pra vocês um grande aprendizado.

Muitos beijos,

domingo, 5 de dezembro de 2010

Dança Do Ventre: Coração, mente... movimento


Olá queridas,

Mais um texto do blog de Felipe Salles Xavier que acredito ser de grande valia pra nós bailarinas, visto em nossa área faltar esse tipo de estudo... com ressalvas apenas à Luciana Arruda, que sempre nos traz textos muitíssimo ricos e embasados na psicologia, que é sua área de formação, e Amar el Binnaz, com seus textos sempre muitíssimo embasados em sua vasta experiência e capacidade metódica de análise de uma administradora... muitos dos textos que lemos por aí são sempre tão superficiais e egoístas... vale a pena ler esse texto que possui maior profundidade e até mesmo um toque de amor por nossa dança.

Muitos beijos, um ótimo fim de semana!

Por Felipe Salles Xavier*

Antes do verbo era o ventre, a força criadora do universo e da vida. O que seriamos nós sem o ventre? Sendo que é através dele que ganhamos à vida. Ele é o centro da existência e da criatividade humana por excelência.

Origem

Atualmente acredita-se que a dança foi à primeira forma artística de expressão e simbolização do ser humano, a principio ela possuía a finalidade de imitar os animais, a natureza e os elementos mágicos, ou seja, imitar tudo aquilo que rodeava nossos antepassados, foi ela a primeira maneira concreta de simbolizar com o corpo e também de um compreender e unificar-se ao sagrado, ao mundo e ao fluxo da vida. (SCÁRDUA, 2007.)

A dança assume um papel importantíssimo no desenvolvimento humano, serviu para tentar explicar a nossa própria existência, o fato de nossos antepassados dançarem contribuiu em nosso desenvolvimento biológico, corpóreo e psicológico, experimentando sensações, emoções e sentimentos que eram liberados por esse fazer artístico.

Por isso a dança é uma ferramenta que nos possibilita uma unificação ao sagrado, já que nas culturas pré-históricas tudo aquilo que nos cercava era tido como sagrado, pois a crença de sermos fruto do mesma mãe, do mesmo útero, era fortemente socializada, essa mãe é chamada de terra, Gaia, a deusa-mãe natureza.

A Dança do Ventre

A dança do ventre foi à primeira forma de expressão do feminino, ela surge em várias culturas, há indícios de que possa ter surgido no antigo Egito por volta de 7.000 a.C, onde eram realizadas por sacerdotisas para rituais de fertilidade e adoração, e também existem pesquisadores que acreditam que ela tenha surgido com um povo mais antigo, os sumérios, provenientemente de um ritual sagrado. (PENNA, 1993)

As atribuições artísticas só foram incorporadas com a invasão dos árabes ao território egípcio, quando os padrões da dança foram miscigenados, adicionando um caráter comemorativo, onde se celebra as formas de vida, a magia, o nascimento.

O verdadeiro nome dessa dança é Raks Sharki (dança do oriente), nos Estados Unidos é conhecida como Belly Dance (dança da barriga/ventre), e no Brasil é chamada de Dança do Ventre, esta é uma dança produzida por mulheres e para as mulheres, foi desenvolvida num tempo onde as deusas estavam vivas e presentes em forma de mito, num tempo onde a mulher e a serpente eram sagradas.

A Serpente

A serpente é um símbolo mítico ligado ao feminino, à fertilidade, a regeneração e a saúde. Ela também incorpora o ciclo da vida, enquanto Ouroboros, a serpente que morde a própria cauda, representa a evolução própria, a continuidade, a auto-fecundação, a proximidade entre o mundo superior e inferior, e ainda a idéia de eterno retorno. Portanto, a vida. (JUNG, 1964)

Mitos e Arquétipos

Os mitos são a conscientização de arquétipos do inconsciente coletivo, neles encontramos representações internas, transcendentes e coletivas, que servem para organizar o funcionamento psíquico e o comportamento, de acordo com o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, os mitos ilustram arquétipos, e estes não podem ser descritos, entretanto podem ser “representados”. (JUNG, 1964)

Segundo Hall (1989), os arquétipos são padrões universais, determinantes inatos da vida mental, é uma parte não individual da psique, e algo coletivo, resumindo, são tendências herdadas no inconsciente coletivo, que faz com que os indivíduos se comportem de forma semelhante aos ancestrais que passaram por situações parecidas.

Impressões Psicológicas

A dança do ventre está intimamente ligada ao arquétipo da Grande Deusa-Mãe, que esta relacionado à criação, o nascimento, a fertilidade, aquilo que é puro e sagrado.

Em cada ser humano existe, no mais profundo do seu mundo interior, a recordação da Mãe. Mãe como natureza, mãe como mulher que gerou e criou, mãe como símbolo de toda a poderosa força criadora individual e universal. São impressões psicológicas muito antigas, relacionadas com a experiência do nascimento e da morte. A imagem arquetípica de uma formidável energia que pariu tudo o que existe fica latente no plano inconsciente até que se ative pelas experiências da vida, ou seja despertada por meios invocatórios, como na dança ritualística. Qualquer mulher, quando vai ser mãe, sofre certa estimulação inconsciente desse arquétipo. Na pratica, tudo funciona para que ela se adapte da melhor maneira possível à tarefa de parir, usando o acervo humano de incontáveis experiências. O arquétipo da Grande Mãe é uma espécie de banco de dados de incontáveis experiências de concepção, gestação, parto e cuidados maternais registrados no inconsciente. Tudo é parte do amplo conjunto de memórias do processo evolutivo humano. (PENNA, 1993, p. 87 - 88)

As mulheres que praticam essa dança entram numa espécie de viagem interior, onde ganham contato com vários símbolos, emoções e sensações ainda não experimentadas, surgem assim às imagens arquetípicas. Na dança do ventre alguns desses arquétipos são: o Materno, a Odalisca, a Prostituta Sagrada e Afrodite, esses dois últimos estão associados à sensualidade, aos desejos e ao prazer.

O Materno

O arquétipo Materno surge de diversas formas, mas sempre de uma simbologia própria, para diversos psicólogos junguianos, o arquétipo da Grande Deusa-Mãe é o próprio arquétipo Materno. A imagem da Grande Deusa-Mãe surge através da história das religiões, e se estende em várias imagens arquetípicas. Nos olhares da psicologia nos relacionamos com o arquétipo Materno através da própria mãe e a avo, da madrasta e a sogra, e outras mulheres com as quais nos sentimos bem, também com a igreja, a universidade, a cidade, a floresta, a lua, útero e outros. São todos esses e muito mais os símbolos que tratam deste arquétipo. Algumas das características que esses arquétipos trazem são: a bondade, o feminino, a sabedoria, a espiritualidade, o cuidado, o instinto, a fertilidade, o oculto, o obscuro, o renascimento, o sedutor, o venenoso, o pavor e o mortal.

A Odalisca

A Odalisca é uma dançarina que se utiliza dos homens para satisfazer sua sexualidade, ela traz a sensualidade como forma de vida. É uma mulher comum que serve sexualmente no harém do rei, uma de suas técnicas de sedução é a dança do ventre. Esse arquétipo fala da relação com o próprio desejo, as mulheres em contato com ele vivem a idéia de serem vistas como deusas da beleza, da sensualidade e do prazer, o que é uma condição psicológica existencial, aonde vêm o sexo como uma forma de domínio pelo prazer, isso é uma necessidade de acabar com a própria impotência, inferioridade que tem inconscientemente.

A Prostituta Sagrada

A Prostituta Sagrada é uma mulher humana que encarna as diversas deusas do amor, paixão e da fertilidade, algumas dessas são: Inana (Sumária), Istar (Babilônia), Isis e Bastet (Egito), Astarte (Fenícia), Afrodite (Grécia) e Vênus (Roma). Ela representa a sexualidade de forma divina, é a sexualidade feminina sendo reverenciada, são responsáveis pela felicidade sexual e pelo desejo. Através dessa imagem a mulher se encontra com o próprio corpo, usando ele como arma sedutora para conseguir o que quer dos homens. Ao rejeitá-la pode-se trazer insatisfação na vida, e ao ser possuída por ela, a mulher pode achar que a única coisa que tem a oferecer é o próprio corpo.

Afrodite

A deusa Afrodite na mitologia é filha apenas do pai. Seu nascimento se da quando Zeus, corta os testículos de Cronos e seu esperma acaba caindo nas águas. Dessa união nasce Afrodite, a filha do masculino e da emoção. A deusa não conhece o feminino, logo, acha que sua beleza é tudo que tem a oferecer, esse arquétipo trás as informações do “falso” feminino, entretanto, não vivenciá-la traz conseqüências amargas, como a falta de auto-estima, auto-conhecimento, falta de sexualidade e beleza corporal.

As mulheres tomam contato com essas informações do inconsciente através de visões e sonhos que aparecem depois de algum tempo do trabalho corporal que é feito, o ideal é que as praticantes dessa arte busquem uma psicoterapia junguiana para trabalharem os símbolos e entrarem em contato com o seu verdadeiro eu.

O Corpo

Outro fator importante na dança do ventre é o trabalho bioenergético que se realizam, os movimentos trabalham os músculos superficiais e profundos, soltando-os dos ossos, deslizado e realinhando toda a musculatura, vértebras e a própria postura, isso faz com que haja uma mudança em todos os estados afetivos e psicológicos, dessa forma acaba fazendo com que as couraças se dissolvam, liberando as emoções que no decorrer de nossas vidas ficam presas ao corpo.

Boyesen (1986) diz que as couraças são tensões que são geradas ao longo da vida, servem para proteger o indivíduo de experiências dolorosas e ameaçadoras.

Para os psicoterapeutas corporais, o corpo conta a história de vida de cada indivíduo, e o trabalho corporal é necessário para que ocorra a liberação de emoções “engarrafadas” no corpo e para um melhor fluxo de energia orgônica, o que nos proporciona uma melhor qualidade de vida.

Segundo Reich (2004), médico e psicanalista o Orgone é uma energia universal, sem massa e nem inércia, que esta em tudo o que é vivo, e ele pode ser acumulado no corpo através da respiração profunda.

Na dança do ventre é fundamental o trabalho com muitos músculos e com respiração profunda, o que é base no trabalho corporal, os seus movimentos atuam diretamente nos desbloqueios das couraças e no acumulo de orgone.

Nessa abordagem levamos em conta que o corpo é um local privilegiado da subjetividade de cada um, e deve ser respeitado como tal.

A dança do ventre religa as suas praticantes ao feminino, ao sentimental, ao puro, ao sagrado, ao prazer, ao corpo e aos arquétipos, nos remetendo a tudo aquilo que é essencial a vida e que a sociedade atual não tem tempo para desfrutar, ou seja, ela possibilita uma (re)construção sobre um ser humano primordial.

Nessa jornada do auto-conhecimento entramos num processo de auto-cura onde há aumento da auto-estima, sensualidade, sexualidade, do gosto pela vida e melhor fluxo de nossas próprias idéias, afetos e emoções.

Então com olhares de duas abordagens psicológicas distintas, podemos ver que trabalham excelentemente bem juntas, um trabalho corporal e analítico, nos faz entrar em contato com a nossa verdade, com nossos símbolos, com o sagrado e com um corpo-Eu, é a aproximação perfeita de corpo, mente e alma.

REFERÊNCIA:

BOYESEN, G. Entre Psiquê e Soma, São Paulo-SP: Summus: 1986.

HALL, J. A. A Experiência Junguiana: Análise e Individuação. São Paulo-SP: Cultrix, 1989.

JUNG, C. G. (Org). O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro-RJ: Nova Fronteira, 1964.

PENNA, L. Dance e Recrie o Mundo: A força Criativa do Ventre. São Paulo-SP: Summus, 1993.

REICH, W. Análise do caráter, São Paulo: Martins Fontes, 2004.

SCÁRDUA, A. V. C. Dança e o Movimento da Vida. Khan El Khalili. Disponível em: . Acesso em: 13 março 2007.

*Felipe Salles Xavier, Integrante do projeto Papeando Com a Psicologia. Oficineiro do Projeto Escola Aberta ministrando cursos de Psicologia Junguiana e Corporal, Danças e Artes. Acadêmico do Hospital Santa Casa de Misericórdia atuando em orientação, acolhimento, plantão psicológico e psicoterapia junguiana e positiva. Desenvolve pesquisas em “Mito e o Corpo” e “Psicologia da Arte Marcial: Tae Kwon Do e Imaginário Arquetipico”. É estudante de Psicologia do Instituto de Ensino Superior e Formação Avançada de Vitória (FAVI).

Email: felipesalles2005@uol.com.br

Site: www.psiqueobjetiva.wordpress.com

Paz Profunda em Nossos Corações!

بارك الله فيك

Yasmine Amar

Danças Árabes e Andaluzas