Juliana Borges

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por Juliana Borges

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A mulher que está disposta a aprender com a vida, com as pessoas. Quem procura mais do que nunca, sonhar, Ser feliz. Criei este canal para quem assim como eu, está em busca de conhecimento. Não são bem-vindas pessoas que buscam "manchar" a imagem do outro, seja lá quem for. Este canal não nasceu para maledicências.

sábado, 23 de outubro de 2010

O Olhar do Público - influências para a bailarina

Boa Tarde poderosas,

Hoje ao ler o post da Amar El Binnaz referente ao olhar, um post super interessante, como normalmente são as coisas que Amar escreve, (clique para ler), tive uma daquelas lembranças do passado.

É incrível como realmente o olhar do público mexe com a bailarina... Primeiro, porque o público é tudo, absolutamente TUDO o que uma bailarina possui. O público é sua motivação, é seu objetivo, enfim o público é o motivo de uma bailarina existir.

Se não concorda, é só pensar: Uma bailarina coreografa, maqueia-se, penteia-se, veste-se pensando no que seu público vai achar, pensando, lógicamente em agradar a todos, em "marcar" com uma boa impressão quem a assiste, com a motivação de nunca ser esquecida. É ou não é?

É uma idéia incontestável, o artista existe, se existir seu público. Sem isso, não existe nada mais.

O grande problema que Amar explanou sabiamente nesse post é o seguinte: Uma das piores sensações que existe pra uma bailarina sentir em cima de um palco é a rejeição. Infelizmente eu não sei porquê raios, alguém vai assistir a um show de dança pra ficar "olhando feio" a bailarina.

É mesmo de se pensar: Se não gosta, pra que veio? Só pra olhar sua filha, neta ou sobrinha dançando? Se for, pelo menos respeite a apresentação da outra bailarina, não a encare como "concorrente", mesmo que seja um palco de competição, e ela seja mesmo a concorrente... respeite! E também não fique falando mal, a bailarina pode escutar... seja educado!

Mas em se tratando de público em geral, é até natural encarar esse tipo de pessoa... infelizmente isso é coisa de caráter... o problema é quando se trata de outra bailarina de dança do ventre, ou de outra modalidade, o problema é quando essa falta de ética vem diretamente de um profissional, ou outro praticante da mesma arte.

Aí fica intolerável... Poxa, será que a criatura não se põe no lugar? Será que falta mesmo alguém para ter dado umas aulas de ética profissional? Será, será... vou ficar perguntando uma série de coisas a noite inteira.

Imaginem, há cerca de 10 anos atrás, eu era ainda uma debutante na dança do ventre... Meu grupo, sim eu dançava num grupo, foi contratado, (sim era o nosso primeiro trabalho remunerado) para dançar em uma festa, da inauguração de uma loja num shopping... (não revelarei nomes)... Chegando lá, nos arrumamos, normalmente e no camarim demos de cara com um outro grupo, bem maior que o nosso de meninas, seguidas de sua professora (que vieram para dançar de graça... ofereceram-se para dançar de graça quando souberam que um grupo de fora iria dançar cobrando... abafa... isso é assunto que renderá mais um post). Até aí, tudo bem, fazer o que... pra nós não mudava nada...

O show começou a rolar, meu grupo dançou duas coreografias junto, e após isso, nos apresentamos uma a uma, dançando nossas coreografias ou improvisos.

Chegou minha vez, era minha primeira apresentação assim, ganhando uma graninha... me virei pra dançar pras meninas, (tinha gente de todos os lados, eram círculos de pessoas...). Gente, eu tinha 17 anos, eu juro, pelo que é de mais sagrado que não quis ser ofensiva... eu reverenciei as meninas... descrevendo mais detalhadamente, eu pus a mão direita no peito e levei-a a direção de uma delas, com carinho, pra estabelecer uma amizade sabe... idiota... eu ia chamá-la pra dividir o palco com ela... Gente, a professora delas estava do lado, e simplesmente surtou...

Ela perguntou um "Que que é isso!!!???" tão inexplicável, que não dá mesmo pra explicar... Gente vocês precisavam estar lá pra ver o ódio na cara daquela mulher... era sinistro...

Virei de costas e fingi que não ouvi, porque ela continuou falando, e juro, os ouvidos taparam... minha vontade era sair correndo, as outras pessoas notaram, algumas alunas ficaram desconfortáveis, o público passou a falar comigo, "Liga não fia, você tá linda, e não fez nada demais"... Imagina, pra o público notar, o tamanho do escândalo... A essa altura, a música já era interminável, e meu rosto esquentava a tal ponto de eu sentir tonturas... foi a pior apresentação da minha vida...

Dancei, finalizei, agradeci, fui ao camarim, tirei a roupa, chorei... foi horrível... meninas, isso veio de uma professora, que não é uma das tops famosas... Veio de uma anônima, como eu, que lecionava numa cidade pequena vizinha a minha... Não era um comentário, um olhar de uma Lulu Sabongi, nem de uma Michelli Nahid, que ao contrário disso, respeitam demmmmmmaaaaaiiiisss as apresentações de outros grupos e profissionais... eu já testemunhei isso...

O tempo passou, não traumatizei, e o tempo me fez esquecer de tudo... lireralmente apagar...

Mas sabe o que doeu quando eu li o post da Amar? Voltou a sensação que eu descrevi acima, e com a experiência que eu adquiri nos dias de hoje, resolvi escrever para que outras amantes da dança do ventre leiam, e entendam o que eu senti mesmo que não tenham passado por uma situação dessas...

Eu gostaria de fazer um apelo a todas as outras bailarinas, profissionais ou não, respeitem a apresentação e o trabalho das colegas de vocês...
Não estraguem o dia, a noite ou a vida de outra criatura por uma dor de cotovelo... Vale muito uma crítica construtiva, mas destrutiva não, muito menos um olhar destrutivo... porque amanhã poderá ser você.

E POR FAVOR, BAILARINAS, repensem antes de quererem destruir qualquer sonho, de qualquer pessoa...

Um grande beijo a todas!

Obrigada Amar, pelos posts maravilhosos...

2 comentários:

  1. Oi Juzoca!!!

    Já passei por essa sensação várias vezes, a que mais me marcou foi no evento da Alessandra Roncoleta, onde dancei Aziza, e tinha uma bailarina na primeira fila com a MAIOR cara de KOO. O pior é que era uma bailarina que eu super admirava, e, o universo deve saber, alguma coisa na minha dança a estava desagradando. Aquilo pra mim foi a MORTE.

    Mas acredito que isso vem do "berço" da dança, da forma como aquela professora daquela bailarina a ensinou a "encarar" suas colegas de profissão.

    Por isso, faço meu trabalho de formiguinha: oriento minhas meninas a assistirem toda e qualquer apresentação com o maior respeito que TODO ser humano merece.

    Um beijão, e mais uma vez, obrigada pelos elogios.

    Mereço não fia!!!!

    Verinha

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  2. Merece sim,todos os elogios kkkkk! Acho que todo mundo passa por uma dessas uma vez na vida né? Mas no fim das contas, só no faz crescer esse tipo de experiência! Veja vc, utilizou esse tipo de lição da vida pra criar esse canal maravilhoso de comunicação... onde conheci e conheço a cada dia pessoas maravilhosas... e esse seu trabalho de formiguinha dá muito certo, pode crer!

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